Que fazes tu, poeta? Diz! -- Eu canto.
Mas o mortal e monstruoso espanto
Como o suportas, como aceitas? -- Canto.
E que nome não tem, tu podes tanto
Que o possas nomear, poeta? -- Canto.
De onde te vem direito ao Vero, enquanto
Usas de máscaras, roupagens? -- Canto.
E o que é violento e o que é silente encanto,
Astros e temporais, como te sabem? -- Canto.
(tradução de Jorge de Sena)
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#96 - PERSISTÊNCIA, Rui Knopfli
Desmembrado, o corpo. Apenas um rosto, a imobilidade larvar da carne e o silêncio só excedido pelo livor que, sobre as feições, vai baixa...
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