segunda-feira, 5 de setembro de 2016

#69 - "Que fazes tu, poeta? Diz! -- Eu canto." (Rainer Maria Rilke)

Que fazes tu, poeta? Diz! -- Eu canto.
Mas o mortal e monstruoso espanto
Como o suportas, como aceitas? -- Canto.
E que nome não tem, tu podes tanto
Que o possas nomear, poeta? -- Canto.
De onde te vem direito ao Vero, enquanto
Usas de máscaras, roupagens? -- Canto.
E o que é violento e o que é silente encanto,
Astros e temporais, como te sabem? -- Canto.

(tradução de Jorge de Sena)

Sem comentários:

Enviar um comentário

#96 - PERSISTÊNCIA, Rui Knopfli

Desmembrado, o corpo. Apenas um rosto, a imobilidade larvar da carne e o silêncio só excedido pelo livor que, sobre as feições, vai baixa...