Ela, a Poesia, hoje,
Como que foge
De si mesma e se dói
De ter sido algum dia
Meramente poesia.
Erra,
Solitária e solene,
Nos caminhos da terra,
E vitupera o céu
E o que ele encerra:
-- Ah! morra! Ah! esqueça Orfeu!
Canta a grilheta, a enxada
E a madrugada
Dos dias que hão-de vir,
E como frutos, cair
Em nossas mãos...
Fala no imperativo,
E tem por vocativo
-- Irmão! Irmãos!
Mas longe,
E perto, porque em nós,
Onde uma fonte canta
Uma toada clara,
Um fauno sabe e ri,
Na pedra gasta e escura,
Um fim de riso
De ironia rara...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
#96 - PERSISTÊNCIA, Rui Knopfli
Desmembrado, o corpo. Apenas um rosto, a imobilidade larvar da carne e o silêncio só excedido pelo livor que, sobre as feições, vai baixa...
-
A exaltação do mínimo, e o magnífico relâmpago do acontecimento mestre restituem-me à forma o meu resplendor. Um diminuto berço me rec...
-
Seco de inspiração, mas não de sentimento pelas tristezas que o comovem tanto para assunto de poemas, o medíocre poeta o seu estilet...
Sem comentários:
Enviar um comentário