Corre um barco no sulco do canal
mais longínquo da ria; enquanto passo
para o poema o seu percurso, faço
morrer a imagem branca que imortal
há pouco parecia; agora o espaço,
que da mancha mortal, ponto de cal,
livre ficou, um troço é afinal
do ramo de água que na tarde traço,
a sucessão olhando de um e e outro
avulso braço da laguna fria,
e desfaço, no verso onde esse barco
naufragou quando quase ainda o via,
correndo e já ausente, breve potro,
na distância da água vivo rastro
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#96 - PERSISTÊNCIA, Rui Knopfli
Desmembrado, o corpo. Apenas um rosto, a imobilidade larvar da carne e o silêncio só excedido pelo livor que, sobre as feições, vai baixa...
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Incultas produções da mocidade Exponho a vossos olhos, ó leitores: Vede-as com mágoa, vede-as com piedade, Que elas buscam piedade, ...
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