Tristezas leva-as o vento;
Vão no vento; andam no ar...
Anda a espuma, à tona da água,
E à flor da noite o luar...
Vindes dum peito que sofre?
De uma folha a estiolar?
Donde vindes, donde vindes,
Tristezas que andais, no ar?
Eflúvios, emanações,
Saídas da terra e do mar,
Sois nevoeiros de lágrimas
Que o vento espalha, no ar...
Suspiros brandos e leves
De avezinhas a expirar;
Ermas sombras de canções,
Que ficaram por cantar!
Brancas tristezas subindo
Das fontes, que vão secar!
E das sombras que, à noitinha,
Ouve a gente murmurar.
Saudades, melancolias,
Que o Poeta vai aspirar...
Melancolias e mágoas,
Que são almas a voar.
E o Poeta solitário,
Fica a cismar, a cismar...
Todo embebido em tristezas,
Levadas na onda do ar...
E o Poeta se transfigura,
É a voz do mundo a falar!
E aquela voz também vai,
No vento que anda no ar...
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