Os poetas comem-se uns aos outros
na ânsia do martelo de Thor
das vísceras poéticas do potros
do soneto em dó maior
Os poetas são p'ra devorar à colherada
trincar as palavras com desdém
a poesia não tem hora marcada
não se compra ao quilo ou ao vintém
Trituram-se os versos sem piedade
as estrofes chovem nos rios a sul do norte
um vate é animal de soledade
sempre em busca de si até à morte
Os poetas não são mais que canibais
comem-se a eles e não sobra nada
diluem-se no fervor dos bacanais
apagam-se a sonhar co'a boa fada.
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