à memória de Artur António da Silva Lino
ao camarada
ao amigo
Este soneto é feito de vertigens,
curvo corvo mordido pelo fogo.
Doze bocas de cidra são virgens
que não voltam mas dizem até logo.
Há corpos enforcados em carroças,
ombros gráceis a arder por sob as tranças.
E mulheres que nunca foram moças
deitam sapos nos olhos das crianças.
Este soneto é beco de poetas,
um pouco de veneno nas tabernas;
aqui rangem fantasmas, morre gente.
Este soneto cheira a meias pretas:
é papoila de cal, sebo das pernas,
oh flor sangrada, ovos de serpente.
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