Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço
-- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
-- mais nada.
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Gosto tanto deste poema.
ResponderEliminarGrata por o trazer à memória.
Bjs
Não tem de quê, Sónia :|
EliminarNão conhecia. E acho lindíssimo! É daqueles poucos e raros poemas perfeitos, no conteúdo e na estética. Obrigado!
ResponderEliminarAinda bem que gostou, caro amigo! E a Cecília Meireles é uma altíssima poeta, dos maiores da nossa língua, no século passado e não só. É daqueles que permanentemente nos alimentam, faculdade que apenas os grande têm.
ResponderEliminarAbraço