Fluída, indecisa, volátil,
inconcreta, a ideia não
se submete facilmente
ao cerco insidioso
da palavra.
Elusiva
e ambígua a cada
instância se lhe furta,
presa de um discreto pudor.
A palavra é, porém,
audaciosa, pertinaz, envolvente.
Persegue-a e espreita-a,
faz-lhe longas esperas
e sai-lhe ao caminho
a horas inesperadas, em lugares
incertos.
Cativa-a
e perturba-a lentamente
subverte-lhe a vontade,
exalta-lhe os sentidos
e, amorosamente,
nela penetra, desfigurando-a.
Da ideia já nada
ou quase, sobra.
Senão o poema.
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