sexta-feira, 27 de junho de 2014

#11 - DESENCANTO, Manuel Bandeira

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

-- Eu faço versos como quem morre.

Teresópolis, 1912

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#96 - PERSISTÊNCIA, Rui Knopfli

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